Lua de Sangue- Quadragésimo Segundo Capítulo (p2)

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                                                                     ⛤⛤⛤
    Eu não quero perder parte de mim
    Vou me recuperar?
    Aquele pedaço quebrado
    Deixe ir e liberte todos os sentimentos
 
                           {...}
 
    Eu não quero saber
    Como é viver sem você
    Não quero conhecer
    O outro lado do mundo sem você
 
    Isso é justo, ou é o destino?
    Ninguém sabe
    As estrelas escolhem seus amantes
    Salve a minha alma    
    Isso machuca do mesmo jeito
    E eu não consigo me afastar
 
                           {...}
 
 
                                                                                   Rulle, The Other Side                                                                                           
                                                                          ⛤⛤⛤
 
    Por um segundo eu pude acreditar que Leon e eu estávamos vivos, por um segundo eu pude respirar sem me sentir destruída, por um mísero segundo eu pude me sentir normal.
    Me sinto minúscula nos braços de Leon. Agora o sentimento de estar segura é estranho, não ter que me preocupar se estou  viva ou morta, se vou vencer uma guerra ou perder, se posso me sentir amada ou não.
    Agora eu posso apenas estar nos braços de Leon, sem me preocupar com as lágrimas escorrendo por meu rosto, sentir aquela coisa estranha na minha cabeça e no meu coração que é o laço de parceria, coisa que eu achei que nunca mais sentiria.
    Ele me parece mais alto, mais bonito, só que mais triste também.
    Me afasto um pouco só para poder observar seu rosto melhor, poder olhar no fundo de seus olhos dourados.
    Trocando mil palavras mesmo sem dizer nada.
    Eu trocaria tudo para ficar apenas ali, nos braços de Leon, olhando em seus olhos, sentir o seu toque para sempre, eu trocaria minha segurança, minha paz, eu preferiria ver o meu reino desabar do que passar mais um segundo longe dele, eu queria o tudo ou nada, mas querer e poder são coisas completamente diferentes, então em apenas beijo seus lábios docemente antes de me afastar alguns centímetros de sua pele febril.
    Limpo meu nariz com a costa de minhas mãos antes de rir sem graça e voltar a olhar para ele, que apenas me observa atentamente segurando minha mão limpa.
    Engulo em seco e o puxo para perto de minha bancada, onde me encosto e olho para ele do mesmo modo.
   -Não vai dizer nada?- ele pergunta enquanto traça círculos imaginários em minha mão.
    Apenas balanço a cabeça negativamente, mas sorrindo.
    Só queria ficar com ele em silêncio por mais alguns segundos, só falar quando eu tivesse certeza de que não iria chorar ainda mais quando abrisse minha boca.    
    Seguro sua mão com força enquanto penso em mil coisas ao mesmo tempo, em mim, nele, em nossas filhas, em toda a bagunça que está lá fora, em meu irmão, em Alice, em Luna, Sírinx.
   -O que acontece com você?- ele sussurra -está diferente, mais dura, mais triste...
    Dou uma risada amarga e olho para os meus pés.
   -Isso não tem graça...
   -Não tem mesmo- digo olhando em seus olhos -nenhuma graça, mas é o melhor que eu consigo fazer.
   -Fale comigo- ele pede e olho para o chão polido de madeira.
   -Não tive coragem de pensar em você, nem em ninguém que eu amo- digo baixinho -desde que eu tive meu coração arrancado do meu peito, porquê eu descobri que não pensar nas pessoas que eu amo me ajudaria a seguir em frente, porque pensar em vocês machucava, machucava muito.
    Solto nossas mãos e respiro fundo, passando minhas mãos por meu cabelo.
   -Eu segui em frente sem pensar em nada... porque eu tentei sobreviver a isso e eu não me sinto do mesmo jeito, eu mudei, mudei demais e por algum milagre eu consegui seguir em frente, mesmo que doesse, mesmo que cada memória das minha última semana de vida me corroessem de dentro para fora, eu segui em frente e mesmo que esse não fosse o jeito certo, mesmo que não pensar nas pessoas que eu amo não fosse a resposta... eu consegui, agora para mim é assim que se sobrevive, quando machuca tanto a ponto de não conseguir respirar e mesmo assim você segue em frente, é quando você sobrevive e eu sobrevivi, mesmo que cheia de cicatrizes que talvez nunca se curem... eu sobrevivi.     
    Ele pega minha mão e se aproxima mais, segurando meu rosto com uma de suas mãos, secando uma lágrima teimosa que descia de meus olhos.
   -Sabe o que é pior?- murmuro com um sorriso -eu nem estou viva de verdade.
    Ele ri e beija minha testa.  
   -Você morreu- digo enquanto engulo em seco, olhando para nossas mãos unidas -morreu na minha frente, eu fiquei assim- levanto nossas mãos na altura de meu rosto -por todos os dias antes de morrer, olhando para os seus olhos e eu achei que fosse morrer de tanta tristeza, eu sentia a dor nos meus ossos, na minha alma, porquê eu não sentia mais você, eu não... eu não sentia mais você.
    Respiro fundo quando penso que vou chorar mordo minhas bochechas.
   -E sente agora?- ele pergunta
   -Sinto- digo ainda de olhos fechados -e isso é muito bom.
   -Muito bom mesmo- ele concorda e ri -eu sabia que você não tinha morrido de verdade, acho que foi isso que me ajudou a seguir em frente, saber que eu poderia te tocar de novo.
   -Eu não quero perder parte de mim- sussurro abrindo meus olhos -não quero sair daqui sem você...não sei se posso me recuperar de novo sem você, me sinto quebrada sem você...
   -Você não está quebrada, Sabine- ele diz acariciando meu cabelo -só machucada e machucados sempre se curam.
   -Falar é fácil- digo revirando os olhos, mas absorvendo cada palavra.
    "Só está machucada"
    Só machucada.
   -Mesmo que fiquemos separados por um tempo- ele começa, antes de pegar uma das rosas que estava em um vaso em cima de uma bancada e colocá-la em minhas mãos -vamos ter que voltar uma hora ou outra e poderemos ficar juntos de novo.
   -Pela eternidade?- digo rindo um pouco
   -É, pela eternidade- ele confira sorrindo e logo depois me abraçando.
    Inspiro com força, guardando o cheiro de Leon em minha memória, para caso eu me esqueça de como era, mesmo que eu nunca fosse capaz de fazer isso e me permito sentir um pouco de esperança, me permito acreditar que ficar longe de Leon não irá me destruir.
    Reviro os olhos e aperto ainda mais Leon quando Lissa coça a garganta para chamar a nossa atenção.
   -Podem ficar o resto do dia juntos, vou até Cymopoleia para resolver algumas coisas e não ter que ficar vendo todo esse melodrama, então fiquem a vontade- ela sorri maliciosamente antes de se virar e sorrir.
    Leon revira os olhos e volta a me abraçar.
    Estava aproveitando cada segundo que pudéssemos ficar juntos, pois eu não sabia qual seria a próxima vez que iríamos nos ver, só algumas horas juntos não seria o suficiente para curar o buraco deixado pela falta de Leon, então eu tenho que aproveitar cada momento ao seu lado.
 
                                                                            
 
 
 
 

    Diga como se realmente quisesse dizer
    Debaixo de um holofote
    E toda a madeira lascada
    Nada aqui está brilhando
    Brilhando como devia

    Eu preferiria ver a queda do meu reino
    Eu quero tudo ou nada
    Eu preferiria ver a queda do meu reino
    Eu quero tudo ou nada
 
 
                                                Claire Wyndham, Kingdom Fall. 
              
    
    

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