Lua de Sangue- Quadragésimo Segundo Capítulo(Pt1)

                                          Manipulação do fogo roxo | Wiki | – Kaze Ni Naru – RPG Amino
   -Max não vai deixar que Amaríles leve o corpo da princesa, eles levaram Leon, mas Max não os deixaram levar Sabine- Marie senta-se ao meu lado
   -Claro que não vai- digo chegando mais perto dela 
   -Então como quer que Ciara fique com o corpo dela?- ela diz exaltada -não adianta nada Ciara ter concordado em proteger Sabine se não podemos deixá-la com ela.
   -Ela mesma terá de vir buscá-la, tire Max de perto de Sabine e tire-a do palácio.
   -Que plano genial Lissa!- diz, o sarcasmo parece escorrer por seus lábios -como acha que Max vai reagir?
   -Pare de se preocupar com seu irmão chérie- digo olhando em seus olhos -ele já é grandinho, vai sobreviver ao sequestro da sua rainha.
   -Max tem sérios problemas quando se trata de tirar algo que ele ama.
   -Ele não ama Sabine, ele é obcecado por ela, é diferente- digo com um sorriso debochado 
   -Você sabe o que eu quis dizer- Marie diz brava 
   -Distraia Max e deixe Ciara levar a princesa- digo firme 
   -Ele vai ficar uma fera
   -Eu não estou preocupada com isso- digo -você conseguiu fazer com que Amaríles ficasse do nosso lado, está trazendo Lendários também, isso é ótimo, Max terá mais com o que se preocupar quando nossa aliança com Astéria ser oficializada, mon amour.
   -Aiko me disse que nos ajudaria a convocar outros Lendários, ela é uma da Lendárias com mais influência que eu conheço- Marie se remexe no chão, mudando de posição antes de roer uma de suas unhas -ele é meu irmão, ficar contra ele está me matando...
   -Vai ficar tudo bem chérie- digo chegando mais perto
   -E se não ficar?
   -Vai ficar- digo tentando segurar suas mãos, mas ela se levanta, deixando minhas mãos suspensas do ar e com uma expressão confusa -o que foi?
   -Você disse que eu não deveria me apegar a você- ela diz, consigo sentir a tristeza em sua voz -então não faça isso, nunca mais.
   -Marie...- tento dizer, mas ela se vira e sai marchando para fora do calabouço. 
    Fico lá parada olhando como uma idiota para a porta de minha cela, com minha mão estendida.
   -Não tem como brincar com o coração dela- diz o elfo da outra cela, aperto meus braços em meu corpo, tentando amenizar minha expressão.
   -É uma pena- digo com um sorriso debochado -ela é fascinante.
   -Você é ridícula Lissa- diz Luna olhando para mim
   -Eu estava a procura de diversão- minto com um sorriso -se Marie não está  interessada, talvez você esteja mon amour.
    Ela apenas revira os olhos e eu dou as costas para ela, fechando a cara, pensando nas palavras de Marie.
    "Não faça isso, nunca mais
    O que ela quis dizer com aquilo? Ela achou mesmo que eu só a queria como  diversão? Bom eu estou presa em uma cela, morrendo de tédio e tendo pensamentos libidinosos com ela a cada segundo que estou acordada... e talvez dormindo, e ela realmente acha que eu estava brincando com ela?
    Eu deveria estar dando pulos de alegria, afinal ela será uma coisa a menos para eu me preocupar.
    Mas tudo o que posso fazer é ficar confusa com esse sentimento que está em meu peito, talvez eu apenas devesse estar com raiva.
    Raiva era um sentimento que eu entendia muito bem, mas essa coisa que estou sentindo, não estou nem um pouco familiarizada com isso.
    Foda-se!
    Se Marie não quer ser o motivo de minha adoração, que seja.
    Mordo a língua para não xinga-la em voz alta.
    Me encosto da parede de pedra e fecho meus olhos com força.
    Eu não entendia sobre o romantismo, esse era um território completamente desconhecido para mim, nunca me apaixonei por ninguém e espero continuar assim, não será aquela vampira-bruxa que irá mudar isso.
    Não consigo impedir minha vontade de revirar meus olhos antes de adormecer completamente.                                                                                 
                                                                    ⛤⛤⛤ 

    De volta a minha casa no mundo humano, vulgo a cabeça de Lissa, eu estava completamente conectada ao fogo.
    E eu não coloquei fogo em minha casa como Lissa havia dito que iria acontecer em nenhum de nossos treinamentos dos últimos meses.
    Apesar de ter domínio total do fogo, Lissa e eu treinamos continuamente em minhas plantas resistentes como aço.
    Lissa anda mais rabugenta que o normal, reclamando a cada cinco minutos e isso já está me deixando irritada, mas fora isso não nos matamos até agora, então eu acho que está tudo bem entre nós.
   -Derreta- ela diz levando uma barra de aço até mim.
   -Derreter?- pergunto vendo que a grossura da barra é maior que a minha.
   -Ficou surda chérie? É, derreter, agora vá.
   -É grossa demais, não é?- digo enquanto movo o fogo azul por meus dedos 
   -Não importa se é grossa- ela diz dando tapinhas em meu ombro enquanto eu ergo minhas sobrancelhas para ela -nunca se esqueça todo aço é forjado no fogo, e você é o fogo em pessoa.
    Ela sorri para mim antes de afastar.
    Balanço a cabeça e respiro fundo enquanto faço com que labaredas de fogo se alastrem pelo jardim, formando uma cúpula de fogo a minha volta e apesar de tudo, nem uma gota de suor desce por minha testa ou corpo.
    Me concentro na barra a minha frente e tento me lembrar de seu ponto de fusão, o fogo engole a barra, fazendo-a desaparecer.
    1300 graus exatos para eu fazer com que essa barra sólida se torne líquida e flamejante como magma.
    Dou alguns passos para trás quando ele ameaça escorrer até mim, a fumaça começa a me incomodar, então faço com que o fogo volte inteiramente para minhas mãos, parte dele desaparecendo enquanto o aço líquido começa a se espalhar.
    Uso a água da terra para esfria-lo, formando um tapete sólido bem no meio do meu quintal.
    Puxo o ar com força antes de encarar Lissa com um olhar condescendente, ela olha para a grama queimada a minha volta, antes de dar um de seus sorrisos tortos e vir até mim.
   -Você está ficando melhor- ela diz e eu bufo
   -Ficando melhor?- digo rindo -eu quase tenho total controle de meus poderes!
   -Ainda não chérie- ela diz -do fogo pode até ser, da água, você não é nada mal, da terra, você a controla com facilidade, mas não perfeição, e o ar você não faz ideia de como usá-lo.
   -Sim, eu tenho- digo teimosa, tentando não bater meus pés como uma criança mimada.
   -Me mostre então- ela diz debochada.
   -Como quiser- digo jocosa.
    Dou alguns passos para trás e Lissa tenta voltar para a segurança de minha casa.
   -Não se mexa- digo impedindo que ela saia do jardim, ela revira os olhos, mas obedece.
    Aerocinese não é tão complicado, não é?
    Tento imaginar o ar a minha volta, o oxigênio, carbono, metano, qualquer coisa para eu me basear, imagino até o vapor da água flutuando pelo ar, imaginando-o com pontinhos brancos.
    Imagino o ar empurrando Lissa para longe, antes de fazê-lo ficar mais denso.
    Lissa resmunga e eu sorri, pelo menos uma coisa eu consegui.
    Sinto o ar se tornar mais denso, sendo difícil até mesmo respirar, sorrindo orgulhosamente quando consigo.
   -Eu disse que conseguiria- digo engasgada.
   -Agora desfaça- ela chia.
    Concentro-me nos pontinhos brancos e os desagrupo, tornando o ar respirável novamente.
    Respiro fundo várias vezes, o ar parece normal para mim.
   -Agora voe- ela diz em um tom jocoso 
   -Como é?- digo me aproximando dela
   -Voe- ela diz sorrindo debochada -voar é uma característica comum de quem possui o controle da aerocinese.
   -Pare de rir Lissa- digo irritada -ainda não posso fazer isso.
   -Okay- ela diz antes de me tirar do chão com sua magia -vou te deixar alto o bastante para você ter uma morte dolorosa quando chegar ao chão, mas se você conseguir se manter flutuando antes de se estatelar na terra, deixarei que você veja Leon ainda hoje.
   -Me ponha no chão Lissa!- grito quando estou flutuando mais alto que minha casa, subindo cada vez mais e mais 
   -Não quer ver Leon?!- ela grita lá de baixo.
    Rosno e tento visualizar os pontinhos brancos novamente, mas o pânico de altura me impede de me concentrar.
    Sinto quando a pressão em minha cintura some e começo a cair em alta velocidade, tão rápido que o ar fica preso em meus pulmões e o grito preso em minha garganta.
    Pense, Sabine, pense!
    Pontinhos brancos, amarelos, azuis, verdes, tanto faz, mas só pense nos pontinhos e não morra toda quebrada no chão!
    Alguns pontos quase transparentes aparecem, mas não tenho certeza se estou imaginando ou se é a falta de oxigênio em meu cérebro morto.
    Falta de oxigênio, com certeza.
    Já quase consigo sentir todos os ossos de meu corpo sendo quebrados pelo impacto da queda, mesmo que eu seja imortal e vá voltar de todo o jeito, morrer estatelada no chão deve ser doloroso.
    Alguns metros do chão e eu só consigo fechar meus olhos com força e esperar que meu corpo não se parta ao meio quando acabar.
    Alguns metros, cada vez menores.
    O vento zune em meus ouvidos, minha pulsação descontrolada neles também.
    Mas nada acontece.
    Nem um osso quebrado, nenhuma Sabine dividida em dois, nenhum osso quebrado.
    Ou eu morri e não senti, ou eu ainda não cheguei ao chão.
    Abro meus olhos devagar e os arregalo quando vejo o chão a uma palma de meu rosto, mas eu estou parada.
    Eu estava parada pelo menos, agora estou caída com a bochecha doendo, falta de ar em meus pulmões e viva.
   -Consegui chérie- diz Lissa em pé ao lado de meu corpo estirado no chão.
   -Posso ver Leon?- pergunto com a bochecha colada na grama queimada.
   -Pode- ela diz -se você se levantar dai.
    Bufo e me ajoelho enquanto me levanto, meu peito doí, mas não é nada demais.     
    Me coloco de pé e encaro Lissa de frente.
   -Estou pronta
   -Estou vendo- ela se vira e me dá as costas, andando em direção a casa.
    Eu a sigo e meu coração da cambalhotas quando penso que vou ver Leon.
   -Como vou vê-lo?- pergunto ao subir os dois degraus em frente a minha porta.
   -Ele já está lá dentro
    Paro de andar e encaro a porta com os olhos arregalados.
   -Não vai entrar?- ela me pergunta abrindo a porta.
    Respiro fundo e tento acalmar meu coração antes de correr para dentro de casa e encarar à beira das lágrimas o corpo novamente forte de Leon e seus cabelos loiros, agora um pouco mais compridos.
    Ele se vira me encara por alguns segundos, seus olhos dourados pareciam perfurar minha alma, assim como eu imagino meus olhos vermelhos perfuravam a dele.
    As palavras mais maravilhosas saem de seus lábios como um cobertor quentinho.
    "Ruiva..."
    Então corro em direção a ele me enterro em seus abraço forte.
 
                                                                                ⛤                   
                
    
    
                        

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