Lua de Sangue- Trigésimo Sexto Capítulo

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    Os guarda de Max prende os pulsos de Alice e Anthony na cela ao lado, enquanto ele me joga novamente nas cela suja junto de Leon e Lissa.
    Fecho meus olhos com força, tentando apagar os rostos mortos de Alice e meu irmão.
    Max passa suas mãos por minhas bochechas e eu tento mordê-lo, ele ri e sai, trancando a porta enorme e pesada de madeira.
   -O que aconteceu lá?- pergunta o anjo e eu a ignoro, fecho a cara e me deito como uma bola.
    Finco minhas unhas em minha própria pele, travo meu maxilar e tento não chorar.
   -Sabine?- chama Leon e eu rosno.
    Suas correntes se arrastam pelo chão e sinto a ponta de seus dedos tocando meus pés.
    Para mim foi a gota d`água, lágrimas quentes descem por meu rosto e tento não gritar, mas de nada adianta, um urro sai de minha garganta, junto com minha raiva e tristeza.
   -Mais que merda é essa?- a voz de Lissa parece urgente.
   -Sabine?- me chama Leon novamente, mas tudo o que posso fazer é gritar.
   -Ela está fazendo isso?- diz Aaron praticamente gritando
   -Sa, respire- grita Luna mais alto que ele -tente se controlar, respire fundo.
    Me controlar?
    Minhas unhas ainda estavam grudadas a pele de meu braço, sangue escorre por ele, quando abro os olhos tudo está em caos.
    As paredes do calabouço ameaçam desmoronar com a força do terremoto.
    "Ela está fazendo isso?".
   -Sabine, se acalme!- grita Luna novamente.
    Tento respirar devagar, mas minha respiração sai curta e rápida.
   -Respire!- grita ela de novo e eu rosno.
    Puxo o ar com o máximo de força que consigo e prendo-o por alguns segundos, antes de soltá-lo devagar, fazendo isso repetidamente, até que enfim o chão e as paredes param de tremer
   -Uma elemental?- diz Lissa com uma risada estrondosa.
    Sento-me e abraço minhas pernas, ainda respirando fundo.
   -Por essa eu com certeza eu não esperava- continua ela, ainda rindo.
   -Cala a boca- digo entre dentes, enquanto afundo ainda mais minha cabeça em minhas mãos.
   -Calar a boca? Depois desse espetáculo?- diz ela rindo -o que Max te fez para você ameaçar derrubar o palácio?
   -Cala a boca- digo novamente, agora olhando para ela
   -O que ele fez?- ela insiste
   -Ele me fez matar minha família! A sangue frio! Matar meu irmão e minha melhor amiga!- digo quase aos berros e Lissa sorri, tento correr em sua direção para arrancar aquele seu sorriso idiota do rosto, mas paro contra minha vontade a alguns centímetros de seu rosto, as correntes me impediam de matar Lissa.
    Me viro rapidamente quando escuto os gemidos de dor de Alice.
    Ela tenta se levantar, mas também está presa, e sem dúvida faminta.
   -Não se mexa muito- digo me escorando nas barras de ferro que separavam Alice e eu - me desculpe...
   -Minha garganta- ela chia 
   -Sede- digo baixinho -precisa de sangue.
    Mordo meu próprio pulso e estico o máximo que posso, Alice vem até mim como um raio, hipnotizada pelo sangue que pingava no chão de rocha, formando um pequeno rio rubro, que ia lentamente em sua direção.
    Alice lambe o chão sem nenhuma preocupação, eu entendo esse sensação perfeitamente.
    Nada mais importa em volta a não ser o sangue.
   -O que aconteceu?- ela diz limpando, sem sucesso, o sangue que pingava de sua boca.
    Lissa se adianta e explica tudo sem detalhes para ela.
   -Você basicamente morreu, se tornou uma vampira e agora está presa em calabouço do palácio sujo e escuro.
    Alice não responde, apenas afirma com a cabeça.
   -Eu estou sonhando não é?- ela solta do nada.
   -Quem dera- digo com uma risada sem humor.
   -Então você  me matou- ela diz e eu não respondo, apenas olho para minhas próprias mãos -Anthony também?
    Olho para meu irmão, que está deitado no chão, imóvel.
    Alice chega bem perto dele, pega sua mão entre as suas e deposita um beijo em sua palma, minhas sobrancelhas se arqueiam sem que eu perceba.
   -Ele também- diz Luna 
   -Sabia que era você na boate- Alice disse
   -Era eu- murmuro.
   -E todos aqui são...- ela começa- o que nós somos mesmo?
   -Vampiros- digo olhando para ela e mostrando minhas presas -e não, não são todos como nós.
   -Lobisomem- diz Leon sem se interessar realmente
   -Elfo- diz Aaron olhando para ela
   -Psíquica- diz Luna com um sorriso gentil -ou sereia, o que você achar melhor.
   -Anjo- diz a garota -Maia, à propósito, é o meu nome- diz ela rápido para mim, consigo sorrir um pouco. 
   -E você- pergunta Alice com seu jeito curioso de sempre para Lissa
   -O diabo- diz com um de seus sorrisos debochados
   -Ignore ela- digo para Alice- senti sua falta.
   -Eu também Bine- ela sorri para mim, apesar de não ser como eu gostaria, era bom ter Alice comigo de novo.
    Anthony se mexe um pouco, acordando.
    Viro meu rosto para o outro lado, não posso encarar meu irmão depois de matá-lo, não agora.
    Alice parece ajudar ele, que está confuso e com sede.
    Viro minha cabeça um pouco, o suficiente para conseguir enxergar Alice ajudando-o a se alimentar.
   -Vai ficar tudo bem- diz Alice tentando acalmar meu irmão -eu estou bem, ela não teve culpa.
    Ela não teve culpa. Sim, eu tive.
    Tento me concentrar no vento que batia na minúscula janela que ficava a metros do chão.
    Uma elemental, se posso controlar o fogo e terra, posso controlar o vento também.
    Tento me conectar com ele, assim como fiz com o fogo, mas nada acontece. 
    Bufo, frustrada.
   -Sabine- chama meu irmão, como ele fazia antes de me dar uma bronca -olhe para mim.
    Faço que não com a cabeça, do mesmo jeito que fazia quando era pequena.
   -Olhe para mim Sabine- ele diz novamente, viro minha cabeça devagar, mas sem olhar diretamente em seus olhos -o que aconteceu com você?
    Essa pergunta me faz sentir vontade de rir.
    O que aconteceu comigo? Tantas coisas que nem consigo escolher uma para lhe contar.
   -O que aconteceu com você?- ele pergunta novamente
   -Muitas coisas aconteceram- digo olhando para minhas mãos, os dedos de Leon tocam novamente meus pés, eu estou aqui é o que quer dizer.
   -Onde estamos? Como eu pude beber o sangue estava no chão?! Sabine, o que está acontecendo- a voz de Anthony sai embargada, sinto meus olhos embaçarem, então não pisco, se piscar as lágrimas vão cair e não serei capaz de contê-las.
    Lissa explica tudo ao meu irmão, do mesmo jeito que fez com Alice e ele dá gargalhadas.
   -Morremos não foi?- ele diz para Alice -pelo menos é o que eu acho! Vampiros? Nós morremos, não há outra explicação.
   -Vocês morreram- murmuro -eu matei vocês.
   -Bine...- começa Alice, mas eu a corto antes que ela possa continuar.
   -Eu matei vocês, arranquei vocês de suas vidas normais, não podem voltar para casa agora, e tudo isso foi culpa minha- respiro fundo enquanto falava -e eu sinto muito, sinto mesmo...
   -Sabine- chama Anthony e eu espero uma bronca, mas o que sai da boca de Anthony é muito pior -está tudo bem.
    Está tudo bem?
    Como pode estar tudo bem?
    Era para ele estar berrando comigo, dizendo que eu estraguei a vida dele, que ele era incapaz de me perdoar, mas ele simplesmente diz: está tudo bem.
   -Não quero seu perdão- digo mordendo a língua -me odeie, é mais fácil assim.
   -Sabe que não posso te odiar- ele diz, posso ver que está sorrindo, mesmo sem olhar para ele -não poderia nem se quisesse.
    Apenas fico quieta por longos minutos.
    O sol começa a se por lá fora, dando espaço para o esplendor da Lua Vermelha, terminando finalmente um dia que eu preferiria nunca ter vivido.
    Anika e Kira não aparecem trazendo água ou comida para os outros e Max não volta para ver como estão Alice ou Anthony, o que para mim é ótimo.
    Mordo meu pulso de hora em hora, alimentando Alice e Anthony, sem nunca dizer nada, mal consigo olhar no rosto deles, Leon sempre acaricia meus pés com as pontas de seus dedos, tentando me reconfortar, fico agradecida e queria muito poder me aninhar em seu peito, passar meus dedos por seus cabelos, cuidar de suas feridas e ele as minhas, mas tudo o que posso fazer agora é me encolher e tentar controlar minha sede.
 
                                                                        ⛤⛤⛤ 
 
    Não consigo dormir, assim como Alice, ficamos nos encarando por toda a noite.
    Quando o sol começa a aparecer, dando um pouco de luz à nossas celas, Lissa começa a resmungar e acorda, assim como Leon e Anthony.
    Algumas horas depois Anika aparece carregando uma bandeja com água e comida, ela deixa dois recipientes com sangue na cela de meu irmão e Alice, que bebem tudo em um gole.
   -Nada de sangue para você, vossa majestade- diz Anika em um tom jocoso
    Rosno para ela, assim como Leon.
   -O rei tem uma novidade para você...- diz ela se ajoelhando perto de mim, longe o suficiente para eu não matá-la -pobre princesa, era só um bebê...
   -Como é?- digo entre dentes
   -A princesa- diz ela com um sorriso -morreu ontem durante a noite, pobrezinha, não é?
    Sinto meu sangue ferver e avanço para cima dela, que pula para trás, rindo com o susto.
   -QUEM A MATOU?- grito enfurecida -QUEM MATOU MEU BEBÊ?
   -O rei explicará tudo a você, vossa majestade- ela se levanta e tira o pó de suas roupas enquanto eu rosnava e tentava arrancar um de seus braços -é uma pena que ela tenha morrido...
   -Vaca- diz Lissa encarando-a
   -VÃO PAGAR POR ISSO- berro ainda mais, as correntes estalam quando eu avanço mais uma vez, as pareces e o chão tremem novamente -TODOS VOCÊS!
    O as paredes tremem ainda mais e a loba parece assustada, para mim isso é ótimo.
    O vento assovia em meus ouvidos, empurrando Anika contra a parede, sem ar, uma costela a menos no lugar...
   -Sabine pare!- grita Leon mais alto que o vento -vai matá-la!
    Mas é isso mesmo que eu quero!
    Lágrimas quentes descem por minhas bochechas, vingança, era isso que eu queria, sangue se paga com sangue.
    Mesmo que a morte de Anika não seja a que eu realmente quero, irá servir por hora.
   -Sabine!- é a vez de Anthony gritar, me fazendo encará-lo -pare!
   -Não- grito entre lágrimas.
    Logo Kira invade nossas celas, fazendo com que eu sinta meu sangue virar veneno.
    Grito por causa da dor e caio em posição fetal.
    O vento e o terremoto param, a loba sai correndo e Kira quebra meu pescoço, esse era o único jeito de me fazer parar de gritar.
 
                                                                        ⛤⛤⛤
 
    Me remexo quando começo a acordar minha garganta queimava novamente.
   -Achei que não fosse acordar mais- diz Lissa debochando
   -Infelizmente eu acordei- digo me sentando.
   -Que show você deu hein, chérie- Lissa sorri e eu fecho a cara, me lembrando de meu surto de poder quando Anika disse que meu bebê havia morrido -sinto muito pelo bebê.
   -Você sabia- acuso -sabia e não me disse nada.
   -Não cabe a mim entregar a mensagem da morte- ela diz -e não mudaria em nada, você está presa aqui, e você pode quebrar umas boas costelas daquela vaca.
   -É eu pude- diz com um sorriso fraco.
   -Está tudo bem?- pergunta Anthony
   -Estou bem, só estou fraca e com sede- digo sorrindo, mas sem olha-lo.
   -Entendo- ele diz e eu afirmo com a cabeça -não vai mesmo olhar para mim?
   -Não, não vou- digo teimosa
   -Relação entre irmão são complicadas, não é?- a voz de Max ecoa pelas celas -quebrou minha melhor soldada minha rainha... qual será a sua punição?
   -Quebro algumas de suas costela também se quiser- digo olhando com raiva para ele -é só me tirar daqui e faço isso com um belo sorriso no rosto. 
   -Não duvido disso- ele diz sorrindo -mas tenho certeza que tanto estresse não lhe fará bem na gravidez.
   -Gravidez?- quase grita Anthony -você engravidou a minha irmã?!- ele rosna para Leon que fica parado como uma estátua.
   -Não estou grávida- digo com uma risada sem humor 
   -Não está?- Max diz com uma risada -não sabia mesmo, não é Sabine? Não achou estranho que você tenha mais de um coração pulsando em você?  
    Sinto como se estivesse levado um soco na boca do estômago.
    "Você é como eu, não é?" aquela vampira na floresta me disse.
    "Manter todas vocês seguras, mesmo que eu odeie o pai das sua filhas, não vou cometer o mesmo erro do marido da minha avó" Max me disse em minha última noite como humana.
    Todos aqueles enjoos matinais.
    E então vários flashes de minhas aulas de educação sexual de minha escola passam por minha cabeça.
    Puta merda!
   -Não vai encostar suas mãos nela!- Leon rosna se levantando
   -E você vai me impedir?- Max ri -eu acho que não.
    Eu só conseguia olhar tudo aquilo em choque, tentando processar tudo.
   -Se encostar nela eu mato você juro que mato- Leon chega bem perto do rosto de Max.
    E tudo depois desse momento passa como um raio.
    Max enfia sua mão no peito de Leon, puxando de lá o coração ainda pulsante do pai das minhas filhas.
    Sinto meu peito se partir, como se fosse meu coração a ser arrancado do peito.
    Leon cai sem vida no chão e eu me levanto como um raio, mas meus poderes não se manifestam, eu estava ferida demais para conseguir fazer qualquer outra coisa a não ser chorar e gritar com Max.  
   -EU VOU TE MATAR- berro enlouquecida- VOU MATAR VOCÊ DEVAGAR E DOLOROSAMENTE! SEU MONSTRO, QUEIME NO INFERNO!
    Max sai da cela rindo de minhas ameaças, eu choro e seguro a mão de Leon com dificuldade, chorando.
    Todos ao meu redor estão em choque, Sírinx chora baixinho ao ver o amigo morto.
    Me deito e encaro com a visão turva o corpo morto do amor da minha vida.    
     

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