Lua de Sangue- Segundo Capitulo

                                        As belas curvas de um riacho | Fotografia de paisagem, Ideias de ...            


    Já são mais de onze da manhã quando me levanto.
    Posso ouvir minha família conversando no andar de baixo da casa, devem estar na cozinha ou então no escritório de meu pai.  
    Me levanto da cama rapidamente. Procuro minha blusa preta com a estampa de uma banda de rock que meu irmão participou quando era um adolescente emo e esquisito, pego meu shorts jeans azul escuro  e caminho sem vontade para o banheiro. Abro a torneira da banheira e enquanto ela enche dou uma bela olhada no espelho.
    Nada de diferente, tudo esta do mesmo jeito que estava da ultima vez que me olhei nele. Meus cabelos ruivos desgrenhados caindo em meu rosto pálido e cheio de sardas. Os mesmos olhos azuis com olheiras medonhas.
    Tudo normal na minha opinião.
    Mas acho que eu já esperava isso, não me sinto diferente dos outros dias, eu só completo mais um ano da minha vida sem graça.
    Dezesseis anos na minha família é uma idade importante. Nunca entendi o motivo de tanto alvoroço para tal evento.
    Tiro desajeitadamente meu pijama com desenhos de morangos, pego meu celular e coloco a primeira música que aparece na minha playlist no ultimo volume.Entro na banheira e posso sentir meu músculos relaxarem por conta da água morna.
    Tento prolongar meu banho o máximo possível, não estou com nenhuma vontade de encarar todos os ``Parabéns!´´ ou ``Parece que foi ontem que você nasceu!´´ .
    As pessoas não entendem o motivo de eu não gostar do meu aniversário, nem eu entendo para ser sincera. Apenas não gosto de atenção, prefiro ser invisível, me sinto segura assim.
          
                                                                    ⛤⛤⛤

    Assim que sai do banho e estava cem por cento acordada dei uma verificada nas mensagens no meu celular, a maioria são congratulações de meus parentes e amigos, mas uma em especial me chamou a atenção.
    Era de um número desconhecido, dizia que precisava me encontrar o mais rápido possível, já que agora eu tinha dezoito anos. Achei um pouco estranho, mas ignorei, simplesmente a deletei.
    Dei uma ultima olhada no espelho, a blusa grande demais caia bem em mim, realçava minha silhueta miúda. Deixei meus cabelos soltos mesmo, apenas dei uma leve penteada com os dedos e estava completamente liso. Passei um pouco de batom e rímel, estava pronta.
    Respirei fundo e desci pelas escadas.
    Fiquei um pouco surpresa em ver que meu pai não estava em casa, apesar de ter tantos defeitos ele nunca perdia nenhum aniversário.
    Passei rapidamente pelo escritório e fui direto para a cozinha, Antony estava tomando um café e lendo um jornal antigo.
   -Bom dia aniversariante!-disse ele abrindo um sorriso, um sorriso que fizeram todas as minhas preocupações desaparecerem por um instante- está com fome?
    Ele se levanta e me dá um abraço de urso.
   -Estou sim- respondo.
    Ele vai até a geladeira e tira um pedaço de torta de cranberry.
   -Sua favorita- diz ele
    Sinto uma vontade enorme de chorar.
   -Está igualzinha a da mamãe!- digo
    Ele me serve um pedaço generoso.
    Depois que minha mãe morreu, Antony foi como uma segunda mãe pra mim. Me ajudava com o dever de casa e me alimentava mesmo com mil coisas pra fazer.
   -Eu tentei- diz ele sorrindo- sei que você adorava. Usei a mesma receita.
   -Obrigada -sussurro
   -De nada- ele me da um abraço- a propósito, você vai ter um dia sossegado hoje
   -Como assim?-eu pergunto
   - Papai não vai voltar pra casa tão cedo e Sally saiu com umas amigas, então vai ser como se você não fizesse aniversário hoje
    Não sei o que dizer, então apenas dou outro abraço nele.
   -Sei que você não gosta de atenção, então dei um jeito pra você- sussurrou em meu ouvido, ele me da mais uma olhada e diz- Tenho que ir, tenho aula mais cedo hoje
    Eu olho para o relógio. 13:00 hs.
   -Vou sair com uns amigos hoje, não faço ideia de quando vou voltar- digo
   -Alice já me explicou tudo- diz ele - a mãe do Chris alugou um chalé com vista pra praia, levaria uma mala se fosse você.
   -Ok então- eu digo,rindo
   -Até, Bine  
   -Tchau 
    Ele sai e fecha a porta atrás de si.
    Subo arrumo algumas roupas dentro de uma pequena bolsa, desço, pego minha torta e vou para um riacho que passa por trás da minha casa.
    Sento perto de uma árvore.
    Gosto de observar a água calma e cristalina. É o lugar que eu venho para pensar. 
    Começo a abrir aplicativos aleatórios em meu celular. Espero até o relógio bater 14:55, me levanto e caminho até minha casa para esperar Alice, May e Chris e como sempre, chegam atrasados.
 
                                                                       ⛤⛤⛤             
 
    O lugar era bem aconchegante.
    Assim que chegamos, me joguei em um sofá empoeirado, dando graças a deus por ter finalmente chegado em um lugar que não tivesse verde para todos os lados, era claro e o mar era muito bonito. Não é muito comum nós virmos para a praia.
    Ligo meu celular. 17:00hr, está começando a escurecer. 
   -Ei, vocês!- eu rio, jogando uma almofada em May e Chris, que estavam se pegando em um canto da pequena cozinha- Vão pra um quarto!
    Eles também estão rindo.
   -Fica quieta!- diz Christoper jogando a almofada de volta
   -Ignorante!-eu grito dando risada
   -Você é tão sem graça- resmunga May, rindo
    Eles vão até o mercado para abastecer o armário e a mini-geladeira, me deixando sozinha.
    Me levanto e subo até o segundo andar, me enrolo em uma coberta e vou até a sacada.
    Quando me sentei em uma cadeira de balanço comecei a escutar alguns barulhos no telhado, achei que fosse algum animal até que:
   -Olá- disse o homem de cabelos escuros, era o homem mais bonito(e branco) que eu já vi.
   -AAAAAAAAAAAH!- eu grito
    Ele arregala os olhos e em questão de uma piscadela ele estava bem na minha frente, com as mãos em minha boca.
   -Ei, ei, ei!-ele diz , sua voz era a voz mais sexy eu já ouvi, meio aveludada- não grite, ei!eu não vou te machucar, ei!
   -Quem é você?!-eu pergunto tentando me acalmar
   -Meu nome é Max- diz ele , finalmente me soltando- e você é Sabine, não é?
    Arregalo os meus olhos,como esse estranho me conhece? COMO ELE SUBIU NAQUELA DROGA DE TELHADO????????
   -Como você sabe meu nome?
    Ele ri e eu o fito.
   -Eu te conheço,desde de pequenininha- diz, com a maior naturalidade, como se fosse óbvio.
   -Como é?impossível!
   -Bom, primeiro:é perfeitamente possível. Segundo:eu tenho mais de um século de vida e terceiro:essa nem é a parte bizarra- ele ri- eu sou um vampiro.
    Eu dou uma gargalhada.
   -Ah,claro!-eu digo- Se você é um vampiro eu sou uma Pop-Star!
   -É verdade, e você também é uma.
   -Meu deus- digo- você é maluco!
   -Quer uma prova? -ele diz e sem esperar por uma resposta ele chegou perto, perto demais. Senti meu rosto ficar vermelho e ele sorriu, mostrando duas presas brancas como porcelana.
    Eu grito.
   -Não grite!-ele diz, claramente perdendo a paciência 
   -Não pode ser...
   -Venha comigo- ele diz, era quase impossível não ceder a sua voz- eu posso te explicar tudo.
   -Não posso...
   -Por favor?-então eu cedi
   -Vai me trazer de volta?digo, quando eu quiser?
   -Tem minha palavra- ele diz e, não faço ideia do porquê, mas me sentia segura com ele,um completo estranho.
   -Tudo bem- digo- eu vou.
    Devo estar enlouquecendo, é a única explicação razoável de eu estar concordando em sumir com um homem completamente estranho que diz ser um vampiro. Quanta inteligência!
    Em um piscar de olhos ele me pegou em seus braços musculosos, seu rosto a centímetros do meu, senti o rubor voltar ao meu rosto,que maravilha!
   -Pronta?-pergunta Max
   -Pronta pra que?-pergunto, sem entender.
    Ele ri e começa a correr.
                               
                                                                    ⛤             
       
      

     
     
     

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